Plano de aula
Título: As leis da termodinâmica e a evolução do universo
Público alvo: 2º ano do ensino médio
Número de aulas: Três aulas
Abordagem: A intenção dessa
proposta é discutir a 1ª e 2ª leis da termodinâmica, trabalhando o conceito de
irreversibilidade e sua relação com o tempo, tendo como referência de estudo a
estrutura do universo. A abordagem será feita à partir da análise das leis
termodinâmicas, separando cada aspecto essencial de cada uma delas, por
exemplo, a quantidade (1ª lei) e a qualidade de energia (2ª lei), e a partir
disso procura-se explicitar a enorme importância da termodinâmica no contexto
da evolução do universo.
Com essa perspectiva
pretende-se traçar um paralelo com a cosmologia, concebendo o universo como um
sistema dinâmico, sujeito a ação criadora do acaso ou à inexorável morte
térmica, o que levará a uma discussão de sobre o que a termodinâmica tem a
dizer sobre o tempo.
Aula 1- Quantidade e qualidade de energia: As leis da termodinâmica
Como conceber a ideia de
energia? De onde ela vem e pra onde vai? Essa ”coisa” que chamamos energia pode
ser estudada observando os fenômenos a nossa volta, em especial analisando as
transformações pelas quais passa a matéria.
Serão apresentadas as leis da
termodinâmica aos alunos da seguinte forma:
A 1ª lei da termodinâmica diz
que a energia se conserva durante um processo termodinâmico, a energia
transferida em forma de calor e o trabalho realizado sobre um sistema se
conserva.
A 2ª lei da termodinâmica diz
que num sistema fechado o valor de entropia aumenta com o passar do tempo; a
entropia é a quantidade de desordem no sistema que aumenta a menos que seja
injetada ordem, ou melhor, realizado trabalho para reduzir o estado
randômico.
Estado Randômico:
Estado de alta desorganização das partículas constitutivas do sistema, onde
não pode ser prevista nenhuma condição, a não ser o aumento da desordem.
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O termo “entropia” empregado
nesta lei tem um caráter curioso e negativo. Ele indica o grau de randomicidade
ou desordem nas partículas constitutivas de qualquer substância, ou,
alternativamente, pode-se dizer que ele indica o grau em que a energia se
transforma de uma forma útil em uma forma não aproveitável. A 2ª lei da
termodinâmica é, de fato, uma lei física de irreversibilidade, pois afirma que
em qualquer transformação física ou química a quantidade de energia útil no
final da transformação ou deve permanecer exatamente igual ao que era no
início, ou alternativamente, deve decrescer; tal decréscimo da energia útil
significa um aumento na entropia.
Apresentamos um exemplo para
entendermos melhor o papel de cada uma dessas leis e como cada uma se relaciona
com a outra.
Exemplo: ao atirar uma pedra
num lago, a pedra, imediatamente antes de atingir o lago, tem energia que
poderia ser utilizada para a produção de um trabalho mecânico. Entretanto, ao
atingir a superfície, produz ondas e se precipita para o fundo. Posteriormente,
as ondas se amortecem e o tranquilo lago retorna a seu estado de repouso
inicial.
Perguntas aos alunos:
O que acontece, porém, com a
energia que a pedra possuía?
Resposta que pode ser dada pelo
professor após discussão:
Ela se conserva, de acordo com
a 1ª lei: a energia se dissipa no movimento aleatório das moléculas de água do
lago. A energia mecânica se transforma em calor, aumentando ligeiramente a
temperatura do lago.
Pergunta:
Não poderia ocorrer o
acontecimento inverso, o lago arremessar a pedra de volta?
Resposta:
A 2ª lei diz que não, porque o
calor gerado no processo teria que se tornar trabalho, contrariando o rumo do
sistema em direção a entropia. A 1ª lei determina de acordo com a lei de
conservação de energia a quantidade de energia que flui no sistema, e a
caracteriza como trabalho ou calor. A 2ª lei determina a tendência dos
processos no sentido de desorganização e irreversibilidade.
Pergunta:
Diante dessa reflexão, como se
pode definir a irreversibilidade?
(A resposta a essa pergunta
fica aberta para discussão dos alunos, tido que não se há apenas uma resposta
aceita para definir a irreversibilidade.)
Resposta sugerida:
Para muitos, corresponde à
dissipação e a desordem, no sentido de uma crescente tendência na degradação da
energia. Para outros, uma diferente forma de organização de um sistema, que tem
o poder de criação.
Mas como analisar o universo
sob esse aspecto?
Aula 2: Cosmologia e Termodinâmica
Na Aula 1 discutimos o papel
das leis termodinâmicas para os sistemas macroscópicos, e a importância do
conceito de entropia e irreversibilidade. Mas o que acontece se analisarmos o
universo à partir dessas observações? A intenção dessa aula é discutir essa
questão.
A 1ª lei da termodinâmica
estabelece que a energia se conserva quantitativamente; nada se ganha ou se
perde nas transformações. Se o universo for um sistema fechado ou finito, como Einstein
e outros aceitam, então a quantidade total de energia e de massa equivalente a
energia no universo, será sempre constante. O conceito de densidade de energia
pode ser aplicado a um universo finito, de maneira que a primeira lei pode ser
expressa no gráfico da variação da densidade de energia média em função do
tempo:
Gráfico 1
(REFERÊNCIA: As implicações das
duas Leis da Termodinâmica na origem e destino do Universo
David Penny – Creation Research Society Quarterly – março de 1972
Folha Criacionista nº 9 – abril de 1975)
David Penny – Creation Research Society Quarterly – março de 1972
Folha Criacionista nº 9 – abril de 1975)
O aumento da entropia, trata do
aumento da desordem em um sistema fechado , na figura 2 podemos interpretar
isso considerando a quantidade de energia disponível no universo:
Gráfico 2
(REFERÊNCIA: As implicações das duas Leis da Termodinâmica
na origem e destino do Universo
David Penny – Creation Research Society Quarterly – março de 1972
Folha Criacionista nº 9 – abril de 1975)
David Penny – Creation Research Society Quarterly – março de 1972
Folha Criacionista nº 9 – abril de 1975)
Disso pode-se dizer que a quantidade de energia no universo é
constante, porém está se tornando continuamente menos disponível (ver figuras 1
e 2). A superposição dos dois gráficos revela dois pontos singulares, a saber:
(1) Podemos predizer que a energia útil atingirá valor nulo em algum
tempo futuro.
(2) Podemos deduzir que a energia útil foi igual à energia total no
universo em algum tempo passado.
O primeiro ponto indica que a energia
útil no universo tende a zero. Em outras palavras, o universo lentamente
tenderá à máxima entropia, ou à energia útil nula.
Pergunta para discussão: Quais
são as implicações deste destino do universo?
O universo está assim se
deslocando a uma condição de “máxima entropia”. Em alguns bilhões de anos, o
universo irá atingir esse estado e cessarão todas as transformações da
natureza. A energia estará distribuída de forma uniforme por todo o cosmos. Só
a estagnação perpétua e irrevogável. O próprio tempo chegará ao fim, pois a
entropia aponta a direção do tempo.
A entropia é a medida da
randomicidade, logo, quando todo sistema e ordem tiverem sido banidos do
universo, quando a randomicidade tiver atingido seu máximo, e a entropia não
mais puder crescer, quando não mais existir qualquer sequencia de causa e
efeito, em resumo, quando o universo estiver desativado, não haverá mais
direção para o tempo. E não há como evitar esse destino, pois a 2ª lei da
termodinâmica diz que as transformações fundamentais da natureza são
irreversíveis. A natureza move somente numa direção.
Mas esse é um ponto de vista.
De acordo com a equação de equivalência
matéria- energia, podemos conceber um universo de onde a matéria-energia
positiva vem das massas e a energia negativa da gravitação, a energia total é
nula.
De onde veio a energia para
formação do universo?
Da entropia.
Uma enorme produção de
entropia. O universo é um mar de fótons por onde navegam os bárions (matéria
com massa diferente de zero), essa desigualdade pode ser explicada pelo elevado
valor de entropia inicial do universo, que é a decomposição da matéria
bariônica.
A morte térmica está no início
do universo, que a entropia atingiu seu valor máximo no início do universo. Hoje
sabemos que o universo é constituído de bárions (matéria) e os fótons. Existe
um balanço desigual entre esses dois constituintes.
Pergunta:
O que provoca isso? Essa
assimetria?
Resposta:
Se encararmos o início como uma
mudança de fase, o início como um processo entrópico que provoca ordem no
sentido de uma transformação irreversivel. Mas que também cria ordem à partir
do mecanismo de criação-aniquilação de matéria no início da mudança do estado
anterior do universo para o atual.
A matéria leva em si o sinal do
tempo de acordo com esse ponto de vista.
O quê a termodinâmica têm a
dizer sobre o tempo?
Aula 3: O papel criador do tempo
Vimos anteriormente que
dependendo de como encaramos a irreversibilidade imposta pela 2ª lei da
termodinâmica podemos ter dois panoramas distintos para o início e destino do
universo:
Morte
térmica - Inicio no big-bang, um ponto de matéria-energia
infinitas, criando o universo e esfriando desde então. A energia total contida
nesse sistema tende a se dissipar cada vez mais, deixando o universo, o sistema
com o mesmo estado.
Todo sistema fechado, na Terra,
com exceção somente da matéria radioativa de vida longa, atinge esse estado
dentro de intervalos de tempo observáveis. A Terra não é um sistema fechado,
mas os abriga.
Com o tempo nada no universo
seria capaz de escapar da morte térmica. Mas, certas formas de energia, tais
como a energia dos núcleos atômicos, jamais se converteria em calor. Mas, mesmo
assim, não mais haveria no final quaisquer conversões de energia.
Transformação
de fase – O universo preexistente atingiu um valor máximo
de entropia, provocando a mudança de fase e a quebra de simetria que existia,
aumentando progressivamente sua complexidade e criando novas estruturas à
partir desse evento. o tempo é o criador, o não-equilíbrio é essencial para
manter a estruturarem larga escala do universo, onde o aumento da diversidade é
a medida da irreversibilidade.
O universo sempre existiu, e
quando o valor máximo de entropia foi atingido, houve uma mudança de fase na
estrutura do espaço-tempo, o estado máximo de randomicidade quebrou uma
simetria preexistente, dando origem à assimetria de partículas que presenciamos
agora. A complexidade, como vimos, é somente uma nova forma de ordem que o
sistema atingem, o caos e a randomicidade são estruturas criadoras, não
destruidoras.
Referências:
Ana Paula e Julio Cesar
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